Em sessão marcada pela decisão do Federal Reserve nos Estados Unidos, o Ibovespa registrou forte valorização de 1,99%, aos 119.068,77 pontos. Por aqui, os setores imobiliário, de consumo e de small caps, mais sensíveis aos juros, se beneficiaram de um fechamento da curva, e tiveram as maiores altas do pregão. Hoje, a agência de classificação de risco S&P alterou sua perspectiva do Brasil de rating BB- estável para positiva. Em comunicado, a S&P anunciou que o panorama reflete uma maior certeza de que uma política monetária e fiscal estável possa beneficiar “as perspectivas ainda baixas de PIB do Brasil”.
Em Wall Street, as bolsas americanas não definiram sinal único, com os índices Dow Jones e S&P 500 no vermelho e Nasdaq no azul. O mercado reagiu à decisão do Federal Reserve em manter a taxa de juros americana inalterada, na faixa entre 5,00% e 5,25%, no entanto a sinalização do banco central americano foi o que chamou a atenção dos investidores. Segundo a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese, apesar da decisão de manutenção ter sido unânime, o que vimos hoje (especialmente no comunicado) foi um Fed mais hawkish que nas decisões anteriores. Isso fica claro tanto nas projeções, com inflação mais alta e PIB mais forte, quanto nos “dots”, que mostram que a maioria dos dirigentes esperam que mais 50bps de juros sejam entregues neste ano (possivelmente em duas altas de 25bps). Na coletiva feita após a decisão, o presidente Jerome Powell adotou um tom um pouco mais moderado que o comunicado, o que justifica a recuperação do mercado, mas ainda assim mais duro que nas falas anteriores. “Tudo indica que a manutenção de hoje não foi um fim de ciclo, mas sim uma pausa no processo de aperto monetário do BC norte-americano”, afirma Veronese.
No mercado de câmbio, o dólar à vista caiu 1,14%, cotado a R$ 4,8068, no menor valor de fechamento desde 6 de junho de 2022, quando encerrou em R$ 4,7962. A onda de enfraquecimento da moeda americana se intensificou depois da decisão do Federal Reserve de manter a taxa de juros inalterada e uma sinalização mais amena de Powell. Além disso, a perspectiva positiva dada pela agência S&P também traz uma expectativa favorável de entrada de capital estrangeiro.
Destaques da Bolsa
Entre os destaques do dia na B3, as ações de Gol PN dispararam 11,80% e de Azul PN ganharam 8,66%, se recuperando das quedas de 5,03% e 4,42% de ontem, respectivamente. A queda do dólar e a alta dos estoques de petróleo dos EUA, que vieram acima das expectativas, beneficiaram as companhias aéreas.
A queda dos juros futuros também beneficiou nomes mais sensíveis à economia doméstica, além de uma perspectiva positiva para a atividade econômica no Brasil. Assim, Yduqs ON acelerou 9,86%, Hapvida ON subiu 8,31%, Locaweb ON teve alta de 8,01% e MRV ON se valorizou 7,16%.
Pelo lado negativo, apenas 12 ações fecharam no vermelho no Ibovespa nesta quarta-feira. A maior baixa do dia foi de Cielo ON, que cedeu 2,35%, pressionada por uma troca de posições em carteiras e baixo volume de transações.
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