Diante de um mercado estressado com notícias do exterior, o Ibovespa registrou queda de 1,06% na sessão desta segunda-feira, aos 116.809,55 pontos, acumulando uma sequência de dez pregões consecutivos da Bolsa brasileira no campo negativo, ou seja, em todos os dias em que houve negociações no mês de agosto. O principal índice da B3 foi pressionado, principalmente, por nomes mais cíclicos, pressionados pela alta dos juros futuros, e por mineradoras e siderúrgicas, penalizadas por ruídos relacionados ao mercado imobiliário da China, que puxam as commodities para baixo. Por lá, a gigante chinesa de investimentos Zhongzhi deixou de remunerar os cotistas em fundos de alto rendimento e o regulador bancário criou força-tarefa para avaliar os riscos, levantando dúvidas sobre a saúde financeira de empresas. Vale lembrar que as ações da incorporadora chinesa Country Garden recuaram 18% com a notícia de que busca estender vencimento de títulos.
Em Wall Street, as bolsas americanas subiram em bloco, em uma semana marcada por agenda econômica esvaziada. Investidores aguardam a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, que será divulgada na próxima quarta-feira (16). As ações de Tesla caíram 1,19%, depois que a empresa anunciou reduções de preço das versões Long Range e Performance do utilitário esportivo Model Y na China em cerca de de US$ 1,9 mil.
No mercado de câmbio, o dólar à vista subiu 1,25%, cotado a R$ 4,9656, em uma sessão negativa para os ativos domésticos e em um movimento de ganhos para a moeda americana ante divisas emergentes e de países ligados a commodities, principalmente peso colombiano e mexicano. Operadores do mercado apontaram para uma recomposição das posições defensivas.
Destaques da Bolsa
Entre os destaques do dia na B3, as exportadoras de papel e celulose figuraram entre as principais altas do pregão, beneficiadas pela valorização do dólar. As ações de Suzano ON ganharam 1,50% e as units de Klabin avançaram 1,02%.
Em Nova York, as ações de Banco Inter subiram 9,56%, depois de a companhia ter registrado um lucro líquido de R$ 64 milhões no segundo trimestre de 2023, o que representa uma alta de 313% em relação ao mesmo período de 2022.
Pelo lado negativo, as ações do setor de educação afundaram após notícia de indecisão do Ministério da Educação (MEC) de que não saberia como cumprir a decisão do ministro do STF, Gilmar Mendes, que colocou travas para a abertura de cursos de medicina. Assim, Yduqs ON derreteu 14,46% e Cogna ON tombou 6,10%.
Por fim, as preocupações com a economia chinesa e, consequentemente, a queda do minério de ferro, empurraram as mineradoras e siderúrgicas para baixo. Vale ON perdeu 2,66%, CSN ON cedeu 1,36% e Usiminas PNA teve recuo de 0,58%.
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