Eleita pela Fundação Getulio Vargas (FGV) como a melhor gestora de fundos de renda fixa em 2023, a Sparta promove a 6ª emissão de seu fundo de investimento em infraestrutura, o JURO11, com a intenção de captar R$ 800 milhões no mercado. A casa, com cerca de R$ 3,8 bilhões em FI-Infra, tem expectativa de entregar uma rentabilidade de IPCA + 7,9% para o JURO11.
O fundo se mostra em um momento ainda mais atrativo depois que o Conselho Monetário Nacional (CMN) impôs restrições para novas emissões de certificados de recebíveis e letras de crédito imobiliário e do agronegócio (CRI, CRA, LCI, LCA e LIG). Assim, a demanda por debêntures incentivadas de infraestrutura, isentas de Imposto de Renda (IR), aumentou no curto prazo e há tendência que essa procura permaneça elevada.
Abaixo, segue uma entrevista com a Sparta a respeito do fundo JURO11:
B.Side Investimentos – No cenário econômico atual, vemos um Banco Central em fim de ciclo do relaxamento monetário promovido no Brasil. Neste contexto, como isso influencia o fundo e como a Sparta se posiciona?
Sparta – O fundo segue com o risco de mercado do IMA-B 5 que possui carrego de IPCA + 6,25%. No momento, não pretendemos alongar a duration do risco de mercado do fundo, mas sim seguir com o seu próprio indexador que apresenta resultados consistentes mesmo nos cenários mais adversos. Temos um estudo com o seu comportamento ao longo do tempo que pode ser observado clicando aqui.
B.Side Investimentos – Poderiam dar um panorama sobre o mercado das debêntures incentivadas? A queda dos spreads em 2024 gerou algum efeito para o fundo?
Sparta – O mercado está com com muitas ofertas (tivemos um mês de recordes em abril) e, com a mudança na regulamentação, o pipeline de ofertas deve aumentar ainda mais por conta da queda na burocracia para emissões e aumento no rol de setores. A queda dos spreads gerou efeito positivo no fundo, capturando a queda dos spreads na cota patrimonial. O spread de crédito funciona basicamente por oferta e demanda. Ele estava em um nível razoável no início do ano, mas, após as mudanças do CMN para títulos de dívida isentos, muitos investidores começaram a procurar o que seria mais interessante relacionado a esses títulos livres de impostos. Enxergamos nesse período uma migração relevante para as debêntures incentivadas. Com o aumento da demanda, o prêmio reduziu e, consequentemente, o spread fechou. Com essa busca muito rápida, a Sparta conseguiu surfar nessa onda e ganhar na diferença. Por exemplo, papéis que antes eram negociados a IPCA + 7%, passaram a ser vendidos a IPCA + 5%.
B.Side Investimentos – A Sparta tem o lema de “Never Bet Against IMA-B 5” (nunca aposte contra o IMA-B 5, na tradução para o português). Por qual motivo vocês consideram esse índice como “imbatível”?
Sparta – Historicamente, o IMA-B 5 tem retorno de CDI + 2,0% a.a. com volatilidade entre 2% e 3% a.a., o que dá uma excelente relação de retorno por risco. Além disso, o IMA-B 5 tem retorno superior ao Ibovespa, IHFA (Índice de Hedge Funds da Anbima), tendo o seu pior mês nos últimos 10 anos uma queda de apenas -1,8% durante a pandemia de covid-19. A recuperação de um mês de desempenho mais fraco se dá tem em torno de 60 dias.
B.Side Investimentos – Atualmente, o portfólio conta com 75 ativos, de 14 setores. A 6ª emissão visa expandir o portfólio para 103 alocações. Poderiam comentar mais sobre essa ampliação dos ativos?
Sparta – Teremos incrementos em nove setores, sendo de Geração de Energia, Logística, Saneamento e Mobilidade Urbana os principais. Além disso, vale ressaltar que comentamos no último relatório gerencial do fundo que o JURO11 está alavancado em 103%, pois já tem montado posições tendo em vista a oferta em andamento, de forma a agilizar este processo quando o valor liquidar no final do mês. Outro ponto interessante a ser lembrado é que nos primeiros seis meses pós-oferta, podemos comprar debêntures corporativas (com IR) ou Letras Financeiras, por exemplo, que dentro da estrutura do fundo serão isentas de Imposto de Renda. Então aproveitaremos este benefício fiscal. Após estes 6 meses, o fundo deverá ter 1/3 da carteira em debêntures incentivadas.
B.Side Investimentos – O fundo alcançou em abril de 2024 um dividend yield de 16,9% nos últimos 12 meses. Por qual motivo esse número cresceu tanto desde o começo do ano, quando o número era de um DY de 14,2%? Esse número é sustentável?
Sparta – O resultado de 2023 foi afetado no primeiro semestre pelos eventos de Americanas e Light, ao passo que nos últimos 12 meses esses piores meses não entram mais na conta. Para frente, o fundo conta com mais de R$ 2,00 por cota de reserva e colocamos como expectativa no último relatório pagar R$ 1,25 por cota até o fim do semestre.
B.Side Investimentos – Uma das características do fundo é seu dinamismo. Nos últimos 12 meses, o ganho com gestão ativa foi 4 vezes maior que o ganho com carrego. Poderiam falar sobre essa gestão dinâmica?
Sparta – A estratégia de crédito da Sparta como um todo é ter uma gestão ativa da carteira. Estamos a todo momento reavaliando as nossas posições e mercado do ponto de vista de retorno e risco para otimizar essa relação para os fundos ao longo do tempo. Estamos sempre olhando preços relativos dos papéis, ajustando a duration e risco de acordo com cada período em que estamos. Como exemplo, em 2023: após eventos de Americanas e Light, alongamos a duration da carteira de crédito do fundo, focamos em ativos AAA que estavam mais estressados e depois fomos reajustando.
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