Em um pregão de altos e baixos, o Ibovespa encerrou o dia praticamente estável, em leve avanço de 0,06%, aos 124.787,08 pontos. Os principais nomes da Bolsa brasileira não definiram sinal único, com as ações de Petrobras PN (-0,31%) e de Vale ON (-0,33%) no campo negativo e de Itaú PN (+1,30%) e de Eletrobras ON (+1,84%) no campo positivo. O mercado aguarda com atenção uma reunião que acontecerá amanhã entre o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, junto com a equipe econômica, com expectativa de que sejam apresentadas propostas de equilíbrio das contas públicas.
Hoje, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em fórum promovido pelo Banco Central Europeu (BCE) em Portugal, afirmou que é preciso separar a narrativa política do trabalho técnico que a autoridade monetária brasileira precisa fazer, em clara respostas às críticas recentes do presidente Lula voltadas para a instituição. Ele também falou que a decisão de interromper o ciclo de queda de juros está relacionada não só aos dados de inflação, mas também a ruídos recentes. Campos Neto ainda disse estar confiante de que a inflação futura será menor do que as expectativas de inflação projetadas atualmente pelo mercado. “Em outras palavras, acho que o que o mercado está precificando hoje não está sincronizado com a realidade”, declarou.
Em Wall Street, as bolsas americanas subiram em bloco, com maior destaque para os índices S&P 500 e Nasdaq, que foram puxados para cima com a valorização de 10,20% das ações de Tesla, após a empresa de veículos elétricos de Elon Musk reportar entregas acima do esperado para o segundo trimestre. O Nasdaq, inclusive, atingiu os 18 mil pontos pela primeira vez na história. Hoje, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que houve um “bom progresso” no trabalho do banco central americano em levar a inflação de volta para a meta de 2%, contudo disse que é preciso estar “mais confiante” de que o aumento de preços esteja se movendo de forma sustentável para baixo para o patamar estipulado antes de iniciar o ciclo de corte de juros nos Estados Unidos.
No mercado de câmbio, o dólar à vista subiu 0,20%, cotado a R$ 5,6648, na terceira sessão consecutiva de alta, diante do prosseguimento da deterioração das expectativas do mercado em relação ao cenário fiscal e à política monetária do Brasil. Falas de Lula e de Roberto Campos Neto mantiveram os ânimos acirrados e a continuidade de posições defensivas. Na máxima do dia, o dólar alcançou o patamar de R$ 5,70, contudo rumores de que o Banco Central estaria consultando tesourarias a respeito de uma eventual intervenção no mercado de câmbio tiraram a pressão pontualmente sobre o real.

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