
📍O IPCA referente ao mês de novembro teve inflação de 0,39%, frente 0,36% esperados e vindo de 0,56% em outubro. Com o resultado de hoje o IPCA acumula alta de 4,29% no ano e 4,87% em 12 meses – acelerando em relação aos 4,76% imediatamente anteriores.
📍O arrefecimento da inflação entre os meses de outubro e novembro se explica em boa parte pelo fim da bandeira tarifária vermelha e adoção da bandeira tarifária amarela. Esta medida fez com que o grupo Habitação saísse de uma inflação de 1,49% para uma deflação de 1,43% – com a energia elétrica residencial caindo 6,27%.
📍Por outro lado, Alimentação e Bebidas, grupo de maior peso na inflação, passou de uma alta de 1,06% em outubro a 1,55% em novembro – contribuindo com 0,39 pontos na inflação. Aqui, a principal contribuição ainda vem do preço das carnes, que responde principalmente às condições climáticas que provocaram piora na qualidade do pasto.
📍Outro destaque de alta ficou por conta de Transportes, que saíram de uma deflação de -0,38% em outubro para uma inflação de 0,89% em novembro – contribuindo com 0,18 pontos da inflação. Aqui, além do reajuste da tarifa de ônibus em algumas capitais, pesou o preço de passagens aéreas, cuja alta de 22,65%, sob impacto de sazonalidades e de um dólar mais forte, contribuiu com 0,13 pontos da inflação no mês.
Em relação às principais medidas de núcleo:
- Média dos Núcleos: desacelerou de 0,44% a 0,39%;
- Bens industriais: desaceleraram de 0,25% a 0,18%;
- Serviços: aceleraram de 0,35% a 0,83%;
- Serviços subjacentes: arrefecem de 0,76% a 0,60%.
O que achamos
Sob impacto de alimentos, e aliviado pela mudança de bandeira tarifária na conta de luz, o IPCA de hoje consolida a necessidade de uma aceleração no ritmo de aperto monetário por parte do Banco Central. Sozinha a inflação de alimentos acumula alta de 7,6% no ano, o nível mais alto desde o início de 2023 – e de fato a inflação deste mês só não foi maior porque houve a adoção de uma bandeira tarifária mais branda em novembro.
No que diz respeito ao câmbio, algumas pressões pontuais já começam a aparecer, como é o caso das passagens aéreas, mas elas ainda se misturam com efeitos sazonais como o feriado prolongado no dia 15 de novembro. De todo modo, com o dólar se mantendo no atual patamar é de se esperar que nos próximos meses o impacto apareça não só em importados e em alimentos, mas em toda cadeia.
Em relação aos núcleos, embora tenha sido observada uma desaceleração na margem, os preços de serviços voltaram a subir – o que tem ligação com a atividade e o mercado de trabalho ainda aquecidos, e acaba sendo mais um argumento para que o Banco Central acelere o ritmo de ajuste na taxa Selic.
A nosso ver, o IPCA de hoje, em conjunto com o permanente desconforto fiscal, consolida uma alta de 75bps, levando a taxa Selic a 12% na próxima quarta-feira, dia 11/12.
Deixe um comentário