Após disparar 7,01% na semana passada, diante da perspectiva de redução da diferença na corrida eleitoral entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva, o mercado voltou a adotar cautela no pregão desta segunda-feira depois do episódio envolvendo o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), que atacou agentes da Polícia Federal com tiros de fuzil e granadas no último final de semana. Assim, agentes tentaram entender durante a sessão se o evento arranha de alguma forma a imagem de Bolsonaro para a votação do próximo domingo (30). Somado a isso, o dia também foi negativo para mercados emergentes, em geral, especialmente pela pressão vinda da China. Assim, o Ibovespa registrou forte queda de 3,27%, aos 116.012,70 pontos, pressionado principalmente pelas estatais Petrobras e Banco do Brasil. Esta foi a maior perda do índice desde 26 de novembro de 2021.
Em Wall Street, as bolsas americanas subiram em bloco, com investidores de olho no aumento da tração da temporada de balanços do terceiro trimestre de 2022, já que nesta semana teremos a divulgação de resultados de Apple, Alphabet (Google), Amazon e Microsoft. Além disso, o mercado avalia que o Federal Reserve pode reduzir o ritmo de aperto monetário após a reunião da próxima semana, embora dirigentes do Fed tenham dito que ainda é preciso seguir elevando juros para conter a trajetória inflacionária dos Estados Unidos.
No mercado de câmbio, o dólar à vista subiu 3,01%, cotado a R$ 5,3029, também impactado pelo “caso Roberto Jefferson” e pelo noticiário envolvendo a China. Lá fora, o mercado reagiu à confirmação do terceiro mandato de Xi Jinping, além de dados econômicos da segunda maior economia do mundo.
Destaques da Bolsa
Entre os destaques da B3, as ações de Copel PNB dispararam 4,51%, após o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Jr., afirmar que não tem planos de privatizar a companhia, mas indicar que pode rever a posição em uma eventual mudança de cenário.
Já as ações de Suzano ON aceleraram 3,48%, enquanto as units de Klabin subiram 1,50%, com ambas as empresas sendo beneficiadas pela disparada do dólar, já que são exportadoras e grande parte de suas receitas está vinculada à moeda americana.
Pelo lado negativo, as estatais foram as grandes perdedoras da sessão, com o mercado adotando maior cautela em torno de uma reeleição do presidente Jair Bolsonaro e, assim, devolvendo os fortes ganhos vistos na semana passada. As ações de Petrobras ON e PN derreteram 9,89% e 9,20%, respectivamente, enquanto Banco do Brasil ON tombou 10,03%.
Por fim, os papéis de IRB Brasil ON recuaram 8,49%, após a companhia anunciar na sexta-feira que registrou prejuízo líquido de R$ 164,7 milhões em agosto deste ano, revertendo um lucro de R$ 84,8 milhões no mesmo período de 2021. Assim, as ações de IRB se tornaram “penny stocks“, nome dado aos papéis com valores inferiores a R$ 1,00 na Bolsa de Valores.

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