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Com maior previsibilidade no exterior, Bolsa deve ser impulsionada no pós-pandemia, afirmam gestores

Com maior previsibilidade no exterior, Bolsa deve ser impulsionada no pós-pandemia, afirmam gestores

O ambiente global mais favorável, com a definição das eleições americanas e notícias sobre a eficácia de vacinas contra a covid-19, aumentando a expectativa pelo fim da pandemia, deve impulsionar a Bolsa brasileira, em um cenário no qual não há juros reais em quase nenhum lugar do mundo e com um excesso de liquidez nos mercados após forte atuação de bancos centrais.

No radar, o maior risco doméstico continua sendo a situação fiscal do País, apontada quase como unanimidade entre profissionais do mercado como uma bomba prestes a explodir.

Pelo menos é isso o que disseram Marcelo Magalhães, sócio e gestor da Tork Capital, Bruno Garcia, CIO da Truxt Investimentos, e Fábio Spinola, sócio-fundador da Apex Capital, em live transmitida pelo BTG Pactual nesta terça-feira, 17.

Para Magalhães, a maior aposta de sua asset é a própria B3, que passa por um processo de aumento de CPFs na Bolsa, ultrapassando recentemente a marca dos 3 milhões. Além disso, a empresa se beneficia de uma mudança comportamental do brasileiro, que está trocando a renda fixa pela renda variável, à procura de maiores retornos e, consequentemente, de maiores riscos. “A B3 se beneficia na veia de todo esse processo de financial deepening que está acontecendo”, afirma o gestor da Tork Capital, acrescentando também estar posicionado em Natura, Eneva, Mercado Livre e Localiza.

Já Garcia vê setores ligados ao e-commerce como um dos potenciais vencedores pós-crise. Para ele, o mundo está em uma transformação cada vez mais rápida e empresas como Magazine Luiza e Mercado Livre estão bem posicionadas para capturar essas transformações no comportamento dos consumidores. “O trabalho de omnichannel de Magazine Luiza é muito interessante, com quase 70% de suas vendas oriundas do setor de eletrônicos”, diz o CIO da Truxt Investimentos, completando que tem em seu portfólio papéis de Natura, B3, BTG Pactual e XP.

Por outro lado, companhias de setores mais tradicionais tendem a perder espaço para empresas mais digitalizadas, como é o caso de bancos. Segundo Spinola, a criação de chaves nos bancos digitais foi muito superior às registradas nos grandes bancos. “A taxa de adesão que está sendo efetivada no PIX pode trazer uma nova rodada de perdas de depósitos à vista”, aponta o sócio-fundador da Apex Capital.

Para ele, os grandes bancos não vão deixar de existir, mas terão um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) cada vez menor, dada a maior competição, com os bancos digitais deixando de cobrar tarifas em busca de market share.

Spinola enxerga potencial em empresas ligadas à commodities e considera a Vale barata, acreditando que a mineradora vai seguir surfando na retomada da economia chinesa. A Apex Capital também aposta em papéis como Magazine Luiza, Mercado Livre, BTG Pactual, B3, Totvs e Microsoft. O IPO da Rede D’Or está no radar e é apontado como uma potencial “boa oportunidade”.

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