Enquanto as bolsas de Nova York subiram, animadas com a oficialização de Joe Biden como o 46º presidente dos Estados Unidos, o Ibovespa adotou um tom maior de cautela e registrou queda de 0,82%, aos 119.646,40 pontos. O índice foi afetado, principalmente, por notícias de dificuldade na obtenção de insumos para a vacina de covid-19, o que atrasa o plano de imunização da população e, consequentemente, a retomada econômica. O risco de piora fiscal também segue no radar dos agentes do mercado.
Sendo assim, a maior parte das blue chips encerrou no campo vermelho, com destaque negativo para o setor bancário. Banco do Brasil ON recuou 2,24%, Itaú Unibanco PN caiu 1,65% e Bradesco PN teve desvalorização de 2,08%. Outros papéis de grande importância como Vale ON (-1,85%), Petrobras (-1,67%) e Ambev ON (-1,54%) também puxaram o Ibovespa para baixo.
Já as varejistas subiram em bloco por causa de uma forte entrada de estrangeiros procurando setores considerados “atrasados” em 2021. Os papéis de B2W ON dispararam 8,53%, os de Magazine Luiza ON avançaram 5,57% e os de Lojas Americanas PN registraram alta de 4,06%.
No mercado de câmbio, o dólar à vista fechou o dia em queda de 0,63%, cotado a R$ 5,3118, alinhado ao comportamento de maior força de outras moedas emergentes ante a moeda americana. O mercado cambial também segue apostando nas medidas fiscais prometidas por Biden, que inundariam o mercado com ainda mais liquidez.
Depois do fechamento do mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve, por decisão unânime, a taxa de juros a 2% ao ano, ainda em sua mínima histórica. A decisão já era amplamente esperada pelo mercado e o que ficou em foco foi a retirada do forward guidance (orientação futura). No entanto, a autarquia ressaltou que o fim do instrumento não implica mecanicamente uma elevação da taxa Selic.
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