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“É muito provável que possamos ter preços de commodities ainda altos pelo menos até 2022”, diz Felipe Hirai, da Dahlia

“É muito provável que possamos ter preços de commodities ainda altos pelo menos até 2022”, diz Felipe Hirai, da Dahlia
Foto: Governo Federal/Ricardo Teles

Depois que houver uma vacinação em massa ao redor do mundo, especialistas apontam que possivelmente teremos uma celebração da vida por parte da população. Sem as medidas de restrição, as pessoas terão uma tendência de gastar e viajar mais e, consequentemente, a demanda por diversos produtos deverá subir, em um movimento que também deve ser acompanhado pelas commodities.

Há atualmente uma discussão no mercado sobre o início de um novo super ciclo de commodities – que não acontecia desde o início do século XXI e que durou pela última vez entre 2002 e 2010. O super ciclo nada mais é do que um longo período com as commodities sendo negociadas em um preço muito mais alto do que deveriam estar.

O fenômeno atual acontece por dois motivos: um período de um baixo crescimento econômico seguido por um grande choque de demanda. Além disso, de 2016 para cá, os investimentos nas mineradoras caíram de 40% a 70%, o que também contribui para a uma oferta mais limitada. “É muito provável que possamos ter preços de commodities ainda altos pelos próximos anos”, afirmou Felipe Hirai, sócio-fundador e um dos gestores da Dahlia Capital, em live promovida na terça-feira (26) pelo BTG Pactual.

Hirai também comentou que a China já representa mais de 50% da demanda global por diversas commodities e o país asiático passará por duas datas importantes nos próximos anos: 2021 marca o aniversário de 100 anos do Partido Comunista Chinês (PCC) e 2022 será a terceira eleição de Xi Jinping para secretário-geral do PCC. Na visão do gestor da Dahlia, com essas datas tão importantes no calendário, é pouco provável que vejamos uma grande desaceleração de crescimento dos chineses. “A China continua estimulando a economia e é provável que vá continuar fazendo isso até o final do ano que vem”, disse.

Diante desse cenário, a Dahlia não crava quais serão os preços das commodities, mas afirma que os níveis atuais ainda não estão refletidos nos papéis do mercado acionário por conta da geração de caixa colossal das companhias. “Ainda vemos potencial de alta para essas ações por conta desse cenário que é um ciclo estendido de preços altos e que podem durar pelo menos até o final do que vem”, complementou Hirai.

Occam Brasil passa longe do petróleo

Também otimista com as empresas ligadas à commodities na Bolsa, a gestora Occam Brasil deixa uma classe de ativo de fora de seu portfólio: o petróleo. Segundo Duda Rocha, CEO da Occam, a asset tem uma filosofia de investir em empresas com potencial de crescimento superior a 10% e de retorno maior do que 15%, e nesses parâmetros as petrolíferas ficam de fora. “O petróleo tem tem sido mantido por cortes agressivos da Opep. Além disso, energias alternativas estão entrando no mercado”, justificou Rocha, também presente na live, sobre o motivo pelo qual não vê uma tendência de alta para a commodity, apesar dos preços já deprimidos.

O CEO da Occam ainda acrescentou que o mundo não via uma pandemia de tais proporções há cerca de um século e com a recuperação sincronizadas das economias globais somado aos juros em patamares nunca tão baixos, a casa acredita que podemos estar “no começo de uma festa”, apostando suas fichas, principalmente, no setor de commodities (com exceção do petróleo) e tecnologia.

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