Novamente as notícias vindas de Brasília direcionaram o movimento do mercado, que mais uma vez passou por um dia de ruídos políticos e forte volatilidade. O sentimento negativo veio depois de sinalizações de possíveis alterações na PEC Emergencial, no entanto a Câmara rejeitou o destaque da proposta que liberava Estados e municípios de adotar gatilhos fiscais para contenção de despesas, fato que trouxe alívio aos investidores e levou o Ibovespa a subir 1,30%, aos 112.776,49 pontos.
Outro ponto positivo foi o presidente Jair Bolsonaro ter sancionado o projeto de lei que autoriza o setor privado a comprar vacinas contra a covid-19. O projeto também estabelece que o poder público assumirá os riscos pós-vacinação, condição de laboratórios internacionais como a Pfizer para a comercialização de seus imunizantes. Segundo Bolsonaro, o Brasil terá até o final do ano mais de 400 milhões de doses disponíveis para a população.
No exterior, as bolsas americanas terminaram o dia majoritariamente no azul, com o Dow Jones renovando sua máxima histórica de fechamento, beneficiadas por duas notícias. A primeira foi a aprovação do pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão pela Câmara dos Estados Unidos, com a expectativa de que o presidente Joe Biden sancione o projeto na sexta-feira. A segunda foi a queda dos juros dos Treasuries, principalmente depois que o Tesouro americano promoveu um leilão de US$ 38 bilhões em títulos com vencimento em 10 anos.
Na B3, a notícia da possibilidade mais acelerada de compras de vacinas gerou um movimento de recuperação para empresas ligadas diretamente à recuperação econômica doméstica e que dependem de medidas de isolamento menos restritivas. Os papéis de Embraer ON dispararam 11,99%, enquanto Gol PN acelerou 9,92% e Azul PN avançou 6,56%.
Outro setor amplamente beneficiado com a perspectiva de imunização mais acelerada da população foi o varejo. As ações de Via Varejo ON subiram 10,29%, as de B2W ON registraram ganhos de 7,67% e as de Magazine Luiza ON tiveram alta de 6,46%.
Já o papel de BR Distribuidora ON subiu 6,42%, depois dos fortes resultados trimestrais apresentados pela companhia. O BTG Pactual elevou a recomendação da empresa de neutra para compra, com preço-alvo de R$ 27,00.
Pelo lado negativo, o segmento de frigoríficos teve um dia de correção de preços depois das fortes altas vistas ontem. As ações de Marfrig ON recuaram 4,83%, as de JBS ON perderam 2,89%, as de Minerva ON caíram 3,53% e as de BRF ON tiveram perdas de 1,99%.
No mercado de câmbio, o dólar à vista encerrou o dia em forte queda de 2,50%, cotado a R$ 5,6526, também beneficiado pela aprovação da PEC Emergencial, com entrada de fluxo estrangeiro e redução de posições cambiais defensivas. No começo da sessão, houve mais um leilão extra de US$ 1 bilhão em swap cambial no mercado futuro.
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