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Fechamento B.Side: cenário fiscal brasileiro faz dólar avançar a R$; Ibovespa retoma 115 mil pontos

Mais uma vez a tensão sobre a situação fiscal do Brasil prevaleceu, estressando o câmbio e os juros futuros. Parte do temor veio de algumas manobras referentes ao Orçamento de 2021, com o mercado pressionando por correções na proposta. Contudo, um fator que trouxe alívio pontual foi o pedido de demissão do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, apontado como um empecilho nas negociações do Brasil com a China para a obtenção de insumos para vacinas de covid-19. Além de Araújo, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, também deixou seu cargo.

As mudanças no governo de Jair Bolsonaro surtiram efeito e fizeram o Ibovespa trocar o sinal vermelho pelo azul. No final da sessão, o índice terminou o dia em alta de 0,56%, aos 115.418,72 pontos, impulsionado pelas ações ligadas a commodities e com desempenho melhor do que as bolsas de Nova York, que encerraram no campo negativo, novamente pressionadas pelos juros longos dos Treasuries.

No mercado de câmbio, o dólar à vista chegou a ultrapassar o patamar de R$ 5,80, mas atenuou o movimento de alta e encerrou com avanço de 0,44%, cotado a R$ 5,7663. O real novamente foi penalizado pelos temores fiscais e pela força da moeda americana contra os emergentes.

Entre os destaques da B3, as units de Taesa aceleraram 6,21%, após a notícia de que a Cemig teria interesse em vender sua participação de 21,7% na transmissora de energia.

O setor de frigoríficos também apresentou fortes ganhos, impactados pela alta do dólar, por perspectivas favoráveis de importações da China e boas margens nas operações dos Estados Unidos. Os papéis de Minerva ON dispararam 6,71%, seguidos por Marfrig ON (+4,16%), JBS ON (+2,51%) e BRF ON (+1,76%).

As ações de Vale ON avançaram 2,49%, se beneficiando da alta do minério de ferro na China. Bradespar PN, importante acionista da mineradora, subiu 4,64%.

Pelo lado negativo, as empresas do setor de construção registraram importantes perdas, ainda com o mercado precificando um aumento mais agressivo na taxa básica de juros. Os papéis de Eztec ON recuaram 2,85%, de Cyrela ON perderam 2,45% e de MRV ON caíram 1,25%.

As units de Santander tombaram 2,79%, acompanhando uma tendência global entre pares financeiros, principalmente depois do Credit Suisse e da Nomura Holdings alertarem sobre potenciais perdas envolvendo um cliente dos Estados Unidos. Na sexta-feira passada, o family office Archegos Capital Management vendeu cerca de US$ 20 bilhões em ativos.

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