B.Side Insights

Assets, Fundos & Gestores

Faltam gestores capazes de levar pequenas e médias empresas para outro patamar, diz Carlos Lopes, sócio da Bluinvest

Faltam gestores capazes de levar pequenas e médias empresas para outro patamar, diz Carlos Lopes, sócio da Bluinvest
Carlos Lopes, sócio-fundador e gestor da Bluinvest

No Brasil, há uma escassez de gestores experientes dispostos a atuar no mercado de pequenas e médias empresas voltado para inovação e escalabilidade de startups, que vêm crescendo em ritmo acelerado no Brasil há pelo menos uma década. Diante de tal constatação, o executivo Carlos Lopes resolveu deixar o Pátria Investimentos, líder em gestão de ativos alternativos na América Latina, depois de cinco anos para fundar a Bluinvest, sua própria gestora de venture capital, ao lado de mais três sócios.

“Nesse mercado ainda não há gestores o suficiente para realmente ajudar as empresas no nível que elas precisam para alcançar outro patamar”, afirma Lopes em entrevista ao B.Side Insights.

O primeiro fundo da Bluinvest, fundada em março do ano passado em plena pandemia, ainda se encontra em fase de captação e espera alcançar entre US$ 20 e 25 milhões para montar um portfólio que contará com 10 a 15 empresas. Metade do capital será investido em companhias que demandam capital semente, enquanto o restante será reservado para follow ons (ofertas subsequentes), a fim de melhorar o retorno do investidor nos cases que estiverem fazendo mais sucesso.

Segundo Lopes, o momento é favorável para quem procura por investimentos alternativos como forma de diversificação diante de um cenário de juros baixos no Brasil e destaca que o produto faz mais sentido para quem tem um patrimônio a partir de R$ 5 milhões.

Tese de investimento da gestora

O fundo da Bluinvest tem como grande foco investir em segmentos pelos quais os sócios da casa já tiveram alguma experiência de sucesso: consumo (mais focado em alimentação), saúde e serviços (logística, distribuição e e-commerce). “Esses três setores no Brasil tendem a ser resilientes, com muitas oportunidades de crescimento, independente do ciclo”, explica Carlos Lopes.

Para entrar no portfólio, a startup necessita já ter demonstrado alguma tração, ou no faturamento ou com aquisição de clientes, e estar em um estágio de transição entre o capital anjo e o investimento semente. “O objetivo é que o nosso aporte (de capital e de conhecimento) seja de um período de 18 a 24 meses e que dure esse tempo para atingir algumas metas que variam de acordo com a empresa”, explica o sócio.

Após analisar mais de 100 empresas, a Bluinvest decidiu ter três nomes relevantes na carteira: a empresa de telemedicina Telmed, a empresa de cannabis medicinal ReMederi e a fintech de meios de pagamento ZemoBank. “Todas com viés tecnológico e com alta escalabilidade”, diz Lopes.

Diferenciais da Bluinvest

Além da expertise nos setores em que atua, o gestor Carlos Lopes destaca outros pontos que diferenciam a Bluinvest no mercado de venture capital.

O primeiro deles é a equipe que considera sênior e multidisciplinar. Ele próprio junto com o Pedro Vazquez, são focados no lado financeiro, com mais de 15 anos investindo em empresas privadas e as auxiliando na sua gestão financeira, captação de recursos e governança. Já Marlon Ramirez, co-fundador da Azul Linhas Aéreas e Modern Logistics, alavanca a sua experiência de mais de 20 anos empreendendo para apoiar as empresas no planejamento estratégico e gestão empresarial. Rodrigo Conde, com experiência em blockchain e inteligência artificial traz um viés tecnológico, tendo liderado a aceleradora do Facebook onde fomentou o crescimento de alguns unicórnios brasileiros incluindo Nubank, 99 e Gympass.

Outro fator é o foco em avaliar os empreendedores dos negócios e como os apoiar dentro de uma jornada de venture capital. Para isso, a Bluinvest conta com a empresa de recursos humanos FESA para realizar avaliações profundas baseadas em competências do fundador e principais líderes das startups. “70% da avaliação de uma empresa nesse estágio é o empreendedor.”

Por último, Lopes destaca a rede de relacionamento construída por sua gestora, com conversas com os principais grupos de investidores anjos, aceleradoras e incubadoras. “Esses três grupos são uma grande fonte de informação de empresas que estão saindo de um estágio pré-semente, de incubação de ideias, e buscando capital semente para acelerar o crescimento”, finaliza.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Artigo anterior B.Side Daily Report: bolsas globais sobem após divulgação da ata do Fed e aguardam fala de Powell; mercado olha para jantar de Bolsonaro com empresários
Próxima artigo Fechamento B.Side: Ibovespa avança aos 118 mil pontos com exterior positivo; dólar recua a R$ 5,57