Um possível racionamento de energia em 2022 é um assunto pouco abordado atualmente no mercado, mas que tem um potencial relevante para ganhar os holofotes no segundo semestre e com um risco que está longe de poder ser desprezado na opinião da RPS Capital, asset com cerca de R$ 3 bilhões sob gestão.
A tese da gestora é que o Brasil entrará no período de chuvas com os reservatórios das hidrelétricas que atendem o subsistema Sudeste/Centro-Oeste – que correspondem a 70% do volume de água armazenado para geração de energia elétrica e por mais da metade do consumo de eletricidade no País – com níveis abaixo do período de 2001, marcado pela chamada crise do apagão. Assim, a dependência das chuvas no verão será gigantesca.
“Pode ser que chova muito pouco no nosso verão e se isso acontecer será o caos, porque estaremos praticamente sem reservas para 2022”, alerta Paolo Di Sora, CIO da RPS Capital, em entrevista ao B.Side Insights.
De acordo com Di Sora, o mercado calcula uma probabilidade de 14% a 25% de haver um problema mais sério de racionamento, contudo a RPS trabalha com uma chance maior de isso acontecer.
“Se a chuva não vier pode ser que essas projeções de PIB para o ano que vem na faixa de 2,5% a 3% estejam totalmente equivocadas, porque não haverá energia para fazer o País crescer”, afirma o CIO da RPS. “E mesmo que chova um pouco mais, o problema de energia está aí para ficar. Se não for em 2022, pode ser em 2023 ou 2024 devido ao problema de infraestrutura no Brasil.”
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