Em um novo dia turbulento para os ativos de risco locais, o Ibovespa registrou forte queda de 3,05%, aos 110.123,85 pontos, pressionado por um clima de pessimismo tanto no exterior, quanto no cenário doméstico. Por aqui, relatos de que o governo pretende estender o auxílio emergencial renovaram as preocupações dos investidores com a situação fiscal do País.
Em Wall Street, as bolsas americanas também caíram em bloco, com o mercado atento às discussões no Congresso sobre a dívida pública nos Estados Unidos. Hoje, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, alertou que é necessário encontrar um caminho que permita a elevação do teto dos gastos federais. “Sem a elevação do teto, os EUA ficarão com limitados recursos em 18 de outubro e terão o primeiro default de sua história, o que gerará crise e recessão”, comentou Yellen. Por lá, investidores também observaram o desempenho dos Treasuries de 10 anos, que atingiram o maior patamar em quase três meses, e que fizeram as ações de tecnologia recuarem novamente. O índice Nasdaq, por exemplo, teve seu pior dia desde março. Hoje, um leilão do Tesouro americano com baixa demanda foi mais um fator que demonstrou a aversão a risco dos investidores.
No mercado de câmbio, o dólar à vista subiu 0,85%, cotado a R$ 5,4243, diante de uma sinalização na ata do Copom de uma nova alta de 100 pontos-base da taxa Selic em outubro, mas com uma janela aberta para um aperto maior. Uma extensão do auxílio emergencial até abril do ano que vem também trouxe pressão adicional.
Destaques da Bolsa
Em uma sessão de estresse no mercado acionário, as units de Banco Inter despencaram 11,82%, enquanto as ações de Méliuz ON tombaram 8,65%, diante de uma nova nova alta da curva de juros futuros. Outras empresas ligadas ao setor de tecnologia também foram afetadas, casos de Locaweb ON (-4,65%) e Totvs ON (-3,45%).
Já os papéis de NotreDame Intermédica ON recuaram 5,88%, enquanto os de Hapvida ON perderam 5,74%, após a Superintendência-Geral do Cade declarar ser “complexo” o processo de fusão entre as empresas.
As ações das mineradoras e siderúrgicas caíram em bloco, pressionadas pela queda de 6% do minério de ferro na China e pelas incertezas envolvendo o país asiático por conta da Evergrande. Vale ON registrou baixa de 5,05%, Usiminas PNA teve queda de 7,27%, Gerdau PN cedeu 2,99% e CSN ON se desvalorizou 7,84%.
Pelo lado positivo, apenas quatro ações encerraram o dia no azul, com maior destaque para os frigoríficos, que sobem diante de uma oferta limitada de proteína animal no mundo e uma demanda em crescimento acelerado. Minerva ON acelerou 1,75%, BRF ON subiu 0,99% e Marfrig ON teve leve alta de 0,25%. As units de Taesa completa a lista das valorizações, com avanço de 0,14%.
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