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Newton Tech Fund

O Newton Tech Fund é um fundo de ações que traz a experiência do Venture Capital para a Bolsa de Valores, na avaliação de empresas de base tecnológica listadas em Nasdaq, NYSE e B3. O Fundo é gerido pela Catarina Capital e tem foco em companhias líderes e expoentes em segmentos como Semicondutores, Segurança Cibernética, Computação em Nuvem, SaaS, E-commerce/Marketplaces, Fintechs, Redes Sociais, Games e Streaming. Mais informações em newtonfund.com.br

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Stuhlberger x Esteves: de que lado você está quando o assunto é o valor de uma ação de tecnologia?

Stuhlberger x Esteves: de que lado você está quando o assunto é o valor de uma ação de tecnologia?

Stuhlberger ou Esteves? De que lado você está quando o assunto é análise do valor das ações de tecnologia?

Essa semana, Thiago Lobão, sócio da Catarina Capital, se deparou no Linkedin com vídeos de declarações recentes de dois dos maiores nomes do mercado financeiro sobre a dinâmica atual de valuation de ações de tecnologia: Luis Stuhlberger, da Verde Asset, e André Esteves, do BTG Pactual.

Esteves conversava em evento do BTG com Roberto Sallouti (atual CEO do banco). Questionado sobre o valuation das Techs, a resposta foi cética e emblemática: “Quando o custo de sonhar vai a zero, o sonho vai ao infinito”. Esteves ressaltou como o momento de agora, de baixo custo de capital a nível global, traz a possibilidade de valuations “inflados” para projetos cujo futuro ainda não se pode prever. Na avaliação dele, em 500 anos de história financeira documentada, a combinação entre expansão monetária, expansão fiscal e efervescência tecnológica, atua com ingredientes perfeitos para bolhas no mercado, que tendem a estourar cedo ou tarde. Estamos diante, então, de uma bolha em curso, assim como ocorrido, a título de exemplo, com o mercado de bicicletas na Bolsa de Londres em 1896.

Já Stuhlberger participou de um bate-papo com os Amigos da Poli. A lenda viva do Fundo Verde trouxe, para o mesmo tema, um tom muito mais otimista, destacando como as atuais empresas inovadoras levam muito menos tempo para alcançar patamares globais de desenvolvimento e que, sim, esta nova tração de crescimento, muito mais acelerada, justifica valuations maiores para tais companhias. “20 bilhões de dólares pode ser gorjeta por uma empresa dessas”. É curioso perceber que, assim como Esteves, Stuhlberger volta no tempo para embasar seu raciocínio. Mais curioso ainda é ver como o exemplo é próximo daquele das bicicletas, destacando a relação e múltiplos das empresas automobilísticas frente ao mercado de carruagens.

O Newton Tech Fund fica satisfeito por perceber que converge em parte com as ideias de ambos, Stuhlberger e Esteves, mesmo entendendo que estamos diante de impressões bem diferentes em relação ao otimismo de mercado no médio-longo prazo. Investir em Tech exige enorme atenção quando falamos de valuation e, especialmente, acompanhamento muito ativo de potenciais impactos macroeconômicos sobre as expectativas de crescimento que influenciam no valor de ativos inovadores.

Por isso a casa se é tão firme quando questionada sobre ETFs: são interessantes como parte de uma estratégia de alocação, mas realmente não recomendam investir em tecnologia sem uma gestão altamente especializada e ativa.

Ações Tech possuem enorme potencial de rentabilidade e são super recomendadas para uma diversificação eficiente, mas exigem análises detalhadas visto a complexidade técnica de seus negócios e segmentos-alvo.

Agora, temos ou não temos uma bolha? É bom momento para investir em Techs?

A visão do Newton Tech Fund é de que sempre se trata de um bom momento para investir em empresas que vão revolucionar mercados e se transformar em padrões de consumo. No entanto, é natural que não valha a pena investir nessas empresas a qualquer preço.

É aqui que se busca incluir algo que, na visão do fundo, é indispensável quando falamos de Tech. Algo que ainda não foi identificado no relato de nomes fortes de mercado como Stuhlberger e Esteves.

Nos tempos atuais, a casa acredita que não seja mais possível agrupar as Techs numa segmentação única de análise para compará-las a cases históricos como no exemplo das bicicletas ou das carruagens de tempos atrás. Sequer é possível comparar a atual safra de Techs com a geração das pontocom da virada em 2000.

Estamos diante agora de um grupo muito mais plural de companhias, com bases tecnológicas completamente diferentes entre si, desde segurança cibernética até games, numa amplitude gigantesca de aplicações B2C e B2B, em multi-segmentos de mercado. Empresas com enorme variabilidade em seus indicadores de tração e, com diferentes perfis de crescimento, geração de caixa e, naturalmente, de valor.

Em muitos casos, notamos companhias que ainda consomem uma enorme quantia de recursos para comprar crescimento (J-Curve Hopes), com Valuations que realmente parecem inconcebíveis, como assinalado por Esteves.

Em tantos outros casos, sobressaem empresas que crescem em velocidade estrondosa e começam a dar sinais claros de que serão grandes dominadoras de mercado (J-Curve Strugglers e Winners), com capacidade de geração de caixa cavalar. O valor da perpetuidade passa a ser muito nítido e alcançável cada vez mais rápido, como destacado por Stuhlberger.

É importante salientar uma terceira leva de casos, de empresas Tech que dominam diversos mercados concomitantemente, com crescimentos absurdos ano após ano e que são grandes agregadoras de valor, com significativa geração de caixa (Perpetuity Companies). As FAAMGs (com M de Microsoft) se encaixam nesse rol, dentre outras companhias para as quais o rótulo de Valor/Growth Stock é bastante questionável, particularmente em momentos de maior volatilidade nos mercados, em que voltam à tona as discussões sobre movimentos de rotação de carteiras.

Em resumo: o Newton Tech Fund não acredita em bolha para todas as Techs. Não acreditamos em crescimento acentuado de geração de valor para todas também. Tech é um jogo de escolha consciente dos melhores papéis (Stock Picking), com análises que exigem um olhar muito apurado sobre fundamentos e, em paralelo, a consciência de comparação de indicadores em companhias que realmente estejam em contextos similares de desenvolvimento.

Por fim, fiquem com uma pitada provocativa de como gostamos de comparar Techs no Newton Fund. O infográfico que apresentaremos traz alguns poucos exemplos de como a segmentação de ativos ao longo da J-Curve propõe um novo olhar para a comparação de múltiplos entre empresas Tech. Tratam-se de 7 companhias por cluster, sem a pretensão de ter representatividade estatística, mas com o intuito de ilustrar uma hipótese interessante: quanto mais maduro o estágio de evolução da companhia na J-Curve, menores os múltiplos tipicamente apresentados para EV/Receita e EV/EBITDA.

Vale a pena olhar outros artigos do Newton em que detalhamos esses conceitos, como por exemplo, o conceito de J-Curve.

É inevitável: a queda dos múltiplos acontecerá para toda a Ação Tech que ainda estiver percorrendo a Curva-J, buscando o caminho de perpetuidade de seu negócio no mercado. E isto não significa que haverá necessariamente correção de Preço no valor das ações. Antes de entender se uma empresa Tech está ou não cara, é vital analisar em detalhe quais fundamentos tendem a contribuir na aceleração do processo de amadurecimento da empresa rumo a patamares consistentes de geração de caixa operacional.

Hopes com desempenhos espetaculares de tração podem apresentar múltiplos extremamente altos e, mesmo assim, estarem “baratas” quando comparadas com peers em mesmo estágio de maturidade. Assim como Perpetuity Companies podem estar “caras”, mesmo com múltiplos inferiores à grande maioria das Techs listadas. Trata-se de uma corrida bastante dinâmica para entender quais empresas vão realmente se perenizar como líderes na transformação da vida das pessoas e dos negócios – não apenas uma análise estática de quem está caro ou barato, sob a ótica de quaisquer indicadores. Os dados da tabela a seguir são de 14 de Outubro de 2021.

Quer aprofundar sobre como o Newton Tech Fund olha para Tech e/ou conhecer mais detalhes sobre o Fundo?

É sempre um prazer falar com quem busca investimentos inovadores de forma consciente! Entre em contato no e-mail thiago.lobao@catarinacapital.com.br!

Sobre o autoro Newton Tech Fund é um fundo de ações que traz a experiência do Venture Capital para a Bolsa de Valores, na avaliação de empresas de base tecnológica listadas em Nasdaq, NYSE e B3. O Fundo é gerido pela Catarina Capital e tem foco em companhias líderes e expoentes em segmentos como Semicondutores, Segurança Cibernética, Computação em Nuvem, SaaS, E-commerce/Marketplaces, Fintechs, Redes Sociais, Games e Streaming. Mais informações em newtonfund.com.br.

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