Em sessão volátil por conta da ‘Super Quarta’, com as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, o Ibovespa registrou queda de 0,52%, aos 111.935,86 pontos, acompanhando o movimento de baixa dos mercados acionários de Nova York. O mercado também adotou cautela antes do parecer do Copom, cuja decisão será divulgada após o fechamento do mercado, com ampla expectativa por uma manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano.
Em Wall Street, as bolsas americanas até subiram após a decisão do Federal Reserve, mas voltaram ao terreno negativo momentos depois e assim ficaram até o fechamento da sessão. O Fed elevou a taxa de juros dos Estados Unidos em 0,75 ponto percentual, para a faixa entre 3,00% e 3,25%, contudo o que realmente fez preço foi a fala do presidente da instituição, Jerome Powel.
Segundo a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese, mesmo sem falar de recessão diretamente, e em alguns momentos até sinalizando que a economia poderá manter alguma força, Powell foi bastante claro em falar de período de crescimento abaixo da tendência e alta na taxa de desemprego. Mais que isso, Powell manteve uma postura bastante incisiva no que diz respeito ao controle dos preços, dizendo que o Fed não pode falhar neste processo e que o objetivo é de fato levar os juros ao patamar restritivo o mais rápido possível. Ou seja, restam poucas dúvidas de que as perspectivas para a economia americana pioraram da última reunião para cá, e poderão se deteriorar ainda mais conforme a política monetária vá entrando em um patamar cada vez mais restritivo.
No mercado de câmbio, o dólar à vista registrou alta de 0,40%, cotado a R$ 5,1730, também invertendo de sinal após a decisão do Fed.
Destaques da Bolsa
Entre os destaques do dia na B3, as varejistas registraram as maiores altas da sessão, impulsionadas por uma forte queda dos juros futuros no Brasil, apesar de o Federal Reserve adotar um tom mais agressivo. Magazine Luiza ON disparou 6,50%, Via ON acelerou 5,02,% e Grupo Soma ON subiu 3,47%.
Setor que vem liderando os ganhos da B3 em setembro, as construtoras se mantiveram no campo positivo. MRV ON teve acréscimo de 2,00% e Eztec ON se valorizou 2,09%.
Pelo lado negativo, as units do BTG Pactual caíram 5,17%, após o Itaú BBA rebaixar a ação do banco para “market perform” (em linha com o desempenho do mercado), mas ressaltando que “as entregas (do BTG) têm sido ótimas e que as estimativas praticamente não mudaram”, apenas questionando os múltiplos de valuation de curto prazo.
Por fim, os papéis de CSN ON tombaram 4,43%, depois de o Cade aprovar despacho dando prazo indeterminado para a companhia vender as ações de detêm na Usiminas, além de manter veto para compra de novos papéis da siderúrgica.
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