Contaminado por um sentimento global de aversão a risco e com a adoção de cautela por parte dos investidores à espera da votação da reforma tributária na Câmara, o Ibovespa registrou queda de 1,78% na sessão desta quinta-feira, aos 117.425,70 pontos. Hoje, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que não há chance de adiar hoje a votação da reforma.
Em Wall Street, as bolsas americanas recuaram em bloco, com dados mostrando a resiliência do mercado de trabalho nos Estados Unidos, mesmo com o aperto monetário promovido pelo Federal Reserve, o que aumenta os temores do mercado de que o banco central americano possa prolongar o processo de elevação de juros na maior economia do mundo. Por lá, o relatório ADP de junho reportou a criação de 497 mil empregos no setor privado, no maior ganho mensal desde julho de 2022. O número vem antes do payroll, que será divulgado na sexta-feira, é mais utilizado pelo Fed para tomada de decisão de política monetária. O mercado precifica uma probabilidade de 95% de chance de o Fed aumentar juros na reunião de julho.
No mercado de câmbio, o dólar à vista disparou 1,64%, cotado a R$ 4,9299. Na máxima do dia, a moeda americana tocou o nível de R$ 4,95. O movimento de fortalecimento do dólar ante o real esteve em linha com outros pares, após dados do mercado de trabalho americano sugerirem espaço para o Fed continuar o ciclo de elevação de juros.
Destaques da Bolsa
Entre os destaques do dia na B3, apenas seis ações encerraram a sessão no campo positivo, lideradas pela valorização de 5,02% de IRB Brasil ON, com o mercado recebendo bem a indicação de Mauricio Quintella Malta Lessa para ocupar o cargo de presidente do conselho de administração da companhia, além da eleição de dois novos membros para a diretoria, com mandato de dois anos, que iniciaram nesta semana.
Na contramão dos pares, Eztec ON subiu 2,00% e MRV ON avançou 1,10%, com esta última ainda sendo impactada pela notícia de follow-on que pode chegar a R$ 1 bilhão.
Pelo lado negativo, os papéis das companhias aéreas afundaram após a Gol divulgar sua prévia operacional de junho, com melhora na oferta e na demanda, mas queda na taxa de ocupação total de 0,9%. Assim, Gol PN derreteu 9,78% e Azul PN tombou 6,50%.
Por fim, o pregão penalizou empresas mais cíclicas da Bolsa, que foram prejudicadas pelo avanço dos juros futuros. Magazine Luiza ON perdeu 7,63%, Via ON cedeu 6,76%, Locaweb ON se desvalorizou 6,34% e Cogna ON registrou baixa de 4,20%.
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