📍O Fed, banco central norte-americano, manteve a taxa de juros na banda de 5,25% – 5,50%, em decisão unânime e em linha com o esperado pelo mercado.
📍Boa parte das perguntas feitas na entrevista coletiva dada por Jerome Powell após a reunião foram questionando o ganho de confiança mencionado no comunicado que acompanhou a decisão. O que estes jornalistas queriam saber, é: se a confiança aumentou, o que falta para começarem os cortes de juros?
📍Neste sentido, Powell disse existir um sentimento disseminado no comitê de que “estamos chegando perto do corte, mas ainda não é o momento”. Segundo ele, ainda, é preciso ver mais dados positivos antes de iniciar o processo de flexibilização – mas, de todo modo, ele enfatizou a mensagem do comunicado, dizendo que o FOMC ganhou mais confiança de que a inflação está convergindo para 2%.
📍Segundo Powell, um corte em setembro poderá acontecer no caso de a inflação “cair em linha com as projeções”.
Para Powell, ainda, o Fed continua bastante dependente dos dados, e ele diz imaginar “cenários de zero corte a vários cortes”, a depender da economia.
📍Para Powell, ainda, o momento é de uma “desinflação disseminada”, e, embora a missão ainda não esteja cumprida, o progresso é inegável.
📍Sobre o mercado de trabalho, o chairman do Fed disse que os dados observados nos últimos meses são consistentes com um movimento de normalização (ainda que a taxa de desemprego ainda esteja “historicamente baixa”), e que é isso que o comitê espera ver.
📍Por fim, Powell disse que houve uma “discussão real” entre os dirigentes sobre um eventual corte hoje.
O que achamos
“Eu acho que um corte de juros pode estar na mesa na reunião de setembro”. Esta frase, dita por J. Powell na entrevista coletiva que acompanhou a decisão de juros nos EUA, é um bom resumo do sentimento predominante após a decisão do Fed e as falas de seu chairman.
Ao se mostrar mais confiante com o processo de desinflação, o FOMC deu uma sinalização mais dovish para o mercado sobre os próximos passos. E esta sinalização foi reforçada, a nosso ver, de forma bastante enfática por Jerome Powell na sua coletiva. Dados melhores, mercado de trabalho normalizando, diminuição no risco de alta da inflação e aumento nos riscos de baixa no mercado de trabalho foram alguns dos pontos mencionados por Powell.
Adicionalmente, o chairman do Fed foi bastante claro: “se os dados futuros mostrarem uma inflação caindo em linha com as expectativas, um corte poderá acontecer em setembro”.
Assim, a não ser que os indicadores fujam muito da tendência apresentada nos últimos meses, entendemos que o Fed vá, sim, iniciar o processo de corte de juros no seu próximo encontro, agendado para o dia 18 de setembro. Neste momento, um pouco após a decisão, as apostas de um corte de 25bps chegam a quase 90%. Para o fim do ano, o mercado já atribui 60% de chance de 3 cortes de 25bps acontecerem, o que levaria os juros a 4,50% – 4,75% até o final de 2023, número que nos parece ter uma alta probabilidade de virar realidade.
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