A semana começou com mercados derretendo no mundo todo, e este movimento que, não poderia ser diferente, tem sido acompanhado pelo Brasil. Mas, a despeito das quedas observadas, um mercado chamou mais atenção que os demais: o índice Nikkei, que caiu 12,4%, o pior resultado em 37 anos.
Por trás do movimento da queda do índice Nikkei estão as mesmas justificativas que derrubam as bolsas ao redor do mundo: i) os números do Payroll, principal relatório sobre o mercado de trabalho norte-americano, que ao ficarem muito mais fracos despertam os temores de uma recessão na maior economia do mundo; ii) o cenário geopolítico, com a possibilidade de uma guerra entre Irã e Israel derrubando as bolsas desde o início da semana passada.
Mas, por que no Japão as quedas foram tão maiores?
A economia japonesa vem passando por uma mudança relevante na sua política monetária: depois de quase uma década com juros negativos, o Banco do Japão (BoJ) levou os juros a 0,25% – uma decisão que já era esperada, mas que, mesmo assim, consolida o fim da política de juros negativos. Adicionalmente, a instituição não descartou altas futuras. O movimento, que já vinha levando o iene a uma forte valorização em relação ao dólar americano e às principais moedas, se juntou ao cenário internacional mais adverso e trouxe uma “tempestade perfeita” para o mercado acionário japonês. A fim de acalmar os investidores, o Ministro das Finanças do país, Shunichi Suzuki, pediu que os investidores mantivessem uma perspectiva de longo prazo para o programa de ações do governo, mas fato é que, diante um cenário mais incerto, esta mudança na taxa de juros tende a provocar ainda mais reação dos investidores.
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