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Ponto de vista

Aluguel de FIIs e FIPs faz mais sentido para investidor institucional do que pessoa física

Aluguel de FIIs e FIPs faz mais sentido para investidor institucional do que pessoa física

Em um primeiro momento, o aluguel de cotas de fundos de investimento imobiliário (FIIs) e fundos de investimento em participações (FIPs) poderá fazer mais sentido para investidores institucionais que já tem o costume de comprar e vender esse tipo de papel, buscando lucro nas operações.

Pelo menos esse é o cenário mais provável na visão de Otávio Ferreira Silva, sócio e relationship manager da B.Side Investimentos. “Quem provavelmente começará a operar isso (aluguel) são os fundos de fundos (FOFs) que já negociam cotas de FII na Bolsa como se fosse uma ação”, diz Ferreira, ressaltando que o investidor pessoa física se posiciona mais a médio e longo prazo, no intuito de receber rendimentos mensais.

A B3 anunciou no fim do mês passado que deverá liberar a partir de novembro operações de empréstimo de cotas de FIIs e FIPs, este último restrito apenas a investidores qualificados, ou seja, aqueles que têm valor igual ou superior a R$ 1 milhão disponível para aplicações financeiras, em modelo semelhante ao aluguel de ações.

O anúncio aconteceu poucos meses depois do número de investidores em fundos imobiliários bater a marca de 1 milhão de pessoas físicas, de acordo com dados divulgados pela própria B3.

Apesar da novidade, Leonardo Mattiussi, sócio e operador da mesa de renda variável da B.Side Investimentos, afirma que ainda são necessários maiores detalhes para uma análise mais profunda como, por exemplo, quais dos 308 fundos imobiliários listados em Bolsa serão disponibilizados para aluguel e quais taxas o mercado estará disposto a pagar.

Mattiussi também diz que o aluguel deve aumentar a liquidez dos FIIs no curto prazo, mas nada que chegue perto do número de negócios do mercado acionário. “Ações têm uma liquidez gigante e um volume brutal. Já os fundo imobiliários têm uma concentração muito grande nos principais”, ressalta.

Além disso, ele explica que vários especuladores podem apostar na estratégia de venda a descoberto (também conhecido como “short”), ou seja, quando o investidor aluga uma ação que não tem e vende este ativo, apostando na queda do papel, principalmente quando o fundo estiver sendo negociado muito acima de seu valor patrimonial. “Abre espaço para adotar uma estratégia long & short (comprado e vendido) igual as ações, shorteando lajes comerciais e fazendo long em logística, por exemplo”, aposta Mattiussi.

Por outro lado, o trader enxerga a novidade como mais um passo para o amadurecimento do mercado, tornando-se cada vez mais sofisticado. De acordo com ele, o próximo passo será a adição de derivativos no universo dos fundos imobiliários.

Entre algumas características para a disponibilização do empréstimo de cotas, a B3 proibirá que investidores detentores de mais de 10% de um único FII utilizem o instrumento financeiro. Segundo a companhia, o objetivo do movimento é “desenvolver o mercado de empréstimo na B3, por meio da inclusão de novos produtos, e proporcionar o desenvolvimento do mercado de fundos imobiliários.”

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