B.Side Insights

Assets, Fundos & Gestores

Occam Retorno Absoluto fica disponível para aplicação no BTG de 1 a 3 de dezembro

Occam Retorno Absoluto fica disponível para aplicação no BTG de 1 a 3 de dezembro
Duda Rocha e Pedro Dreux, principais gestores da Occam Brasil

Maior fundo da asset Occam Brasil, o multimercado Retorno Absoluto, que conta com um patrimônio líquido superior a R$ 6 bilhões, estará disponível para investimento na plataforma do BTG Pactual entre os dias 1 a 3 de dezembro. Atualmente, a estratégia não está sendo oferecida para captação no banco.

Em oportunidades anteriores, a própria Occam afirmou que tem um cuidado com o tamanho de seus fundos de investimento para não ficar “grande demais” e, consequentemente, atrapalhar as estratégias da casa.

Em atividade desde janeiro de 2013, o fundo Occam Retorno Absoluto registra um retorno acumulado histórico de 187,27%, com desempenho 195% maior do que o CDI no mesmo período. No ano, até outubro, o fundo tem valorização de 7,74%, o que representa um valor 316% maior do que o CDI em dez meses.

Com aplicação mínima de R$ 10 mil, o fundo tem o objetivo de gerar um retorno de CDI mais 8% e volatilidade também definida em 8%. Tanto o retorno esperado quanto a variação das cotas são maiores do que outros fundos multi estratégias da casa. O produto tem cobrança de 2% de taxa de administração, além de uma taxa de performance de 20% sobre o excedente de 100% do CDI, paga semestralmente.

Atualmente com R$ 13,5 bilhões sob gestão e uma equipe de 30 pessoas, a Occam Brasil, que tem os gestores Duda Rocha e Pedro Dreux como principais nomes, está passando por um processo de internacionalização cada vez maior.

A casa tem uma visão fundamentalista com gestão ativa, sendo que o portfólio dos multimercados é dividido em 1/3 para ativos relacionados aos fundamentos macroeconômicos e 2/3 para a renda variável. Além disso, todas as posições montadas têm obrigatoriamente uma proteção, eventualmente maiores ou menores dependendo do pano de fundo macro, e há uma regra de liquidez de que o fundo precisa ser capaz de sair de qualquer posição em até 15 dias úteis. “Nosso intuito é superar o benchmark, independente do cenário, operando aqui e lá fora”, afirma Isabel Ramos, estrategista de equities da Occam Brasil, em apresentação ao B.Side Insights.

Pessimismo com questão fiscal do Brasil

Isabel, inclusive, diz que a asset está mais otimista com o exterior do que com o Brasil, principalmente depois dos eventos recentes que vieram junto com a pandemia de covid-19. “Gostamos muito de Estados Unidos, especialmente pela grande capacidade de gerir uma dívida maior e de implementar uma expansão fiscal”, diz a executiva.

Ao comentar a visão global da casa, a estrategista de equities interpreta que os estímulos monetários e fiscais ao redor do mundo começaram, de fato, a surtir efeito. Somado a isso, o fim das eleições presidenciais americanas trouxe maior previsibilidade. Pelo lado negativo, a segunda onda de covid-19, principalmente na Europa, é o ponto de maior cautela na atual conjuntura, amenizado em partes pela notícia de que a vacina produzida pela americana Pfizer e pela alemã BioNtech teve mais de 90% de eficácia em testes preliminares.

Entre algumas posições internacionais, a Occam está comprada em papéis de tecnologia (Amazon e Apple) e inflação americana. Entre os emergentes, a casa também tem boas posições em México e China (Alibaba).

Por outro lado, todo o otimismo visto lá fora se transforma em pessimismo quando falamos de Brasil. O risco fiscal, a dificuldade de crescimento e adoção de medidas na contramão de temas globais como o ESG (ambiental, social e governança, na sigla em inglês) são apontados como os principais problemas domésticos. “Não vemos o governo muito empenhado em mostrar para o mercado quais são os planos para enfrentar a crise”, diz a estrategista.

Segundo Isabel, o País ainda apresenta uma trajetória fiscal perigosa, caminhando para uma relação dívida/PIB de 100%. “Estamos preocupados, já que não vemos nenhuma convicção, nenhuma reforma ou uma conversa mais profunda de que isso será endereçado no médio prazo”, afirma a executiva. “Em índices globais e emergentes, o Brasil e a América Latina estão cada vez mais irrelevantes.”

Por esse motivo, a Occam se diz tomada em juros (apostando na alta da curva de juros) e comprada em dólar ante o real, enxergando uma “mão pesada demais” do Banco Central (BC) em sua política monetária, que levou a taxa Selic para o menor patamar da história, a 2% ao ano. “Esse nível de juros baixos que o Brasil tem hoje é insustentável. No mercado cambial, não vemos grandes influxos para o Brasil”, explica Isabel.

No entanto, quando o assunto é Bolsa, a asset se mostra mais animada. “Apesar dos desafios, o Brasil não deixa de ser um País brilhante para gerar alfa e ter várias oportunidades em equities”, afirma Isabel.

Entre as posições da gestora, se destacam B3, Magazine Luiza, BTG Pactual e XP no setor de tecnologia e produtos digitais, Natura e Via Varejo no segmento doméstico, Vale, JBS e Gerdau como as exportadoras com maior potencial e Equatorial e Cesp na linha das concessões.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Artigo anterior Aluguel de FIIs e FIPs faz mais sentido para investidor institucional do que pessoa física
Próxima artigo Recém-lançado no BTG, fundo de ações Constellation Compounders ESG vê aumento de demanda após “boom” sobre o tema