B.Side Insights

Ponto de vista

BNP Paribas enxerga setor bancário mais atrativo do que empresas ligadas ao e-commerce no curto prazo

BNP Paribas enxerga setor bancário mais atrativo do que empresas ligadas ao e-commerce no curto prazo
Gilberto Nagai, Banco BNP Paribas

Em busca do que está mais atrativo na Bolsa de Valores no curto prazo, tentando encontrar distorções entre quanto o mercado está precificando e quanto de fato vale um ativo, a BNP Paribas Asset Management, com aproximadamente R$ 70 bilhões sob gestão, enxerga melhores oportunidades para os papéis de valor (value) como o setor bancário, de mineração e de petróleo, não especificando os nomes de suas posições.

Em entrevista ao B.Side Insights, Gilberto Nagai, responsável pela área de renda variável da BNP Paribas Asset Management, considera “exagerado” o pessimismo em relação aos bancos na B3 e aposta em uma última “pernada de valorização” para o segmento. “Não é que gostamos do setor para sempre”, explica Nagai.

Apesar de estar posicionada para capturar uma alta no preço das ações dos bancos, a asset concorda com a tese de que os grandes players devem perder market share ao longo do tempo diante de uma maior concorrência. O movimento, porém, não é para agora, segundo o executivo.

A BNP Paribas também diz estar de olho nas empresas que devem se beneficiar mais fortemente com o fim da pandemia de covid-19 como os setores aéreo, de turismo, restaurantes, shoppings, distribuidores de combustível, de educação e até de bebida. “Ainda não investimos nas empresas de saída, porque temos uma preocupação com o aumento de casos (da doença). Por enquanto, o número não explodiu, mas subiu bastante”, alerta Nagai.

A falta de convicção para o cenário fiscal do Brasil faz a casa colocar o pé no freio sobre setores muito correlacionados com a taxa de juros de longo prazo, como shoppings e concessionárias de rodovias. “Gostamos desses papéis, estamos olhando, mas preferimos distribuição de combustível, por exemplo, que não é tão atrelado com a taxa de juros”, diz.

Por outro lado, o chefe de renda variável da BNP Paribas afirma que atualmente está menos posicionado em empresas de comércio eletrônico e tecnologia, tradicionalmente também conhecidas como ações de crescimento (growth). Para Nagai, também houve um “exagero” na precificação dessas companhias para cima, ao contrário do setor bancário. “Provavelmente lá na frente voltaremos às empresas de tecnologia, porque no médio prazo elas serão as vencedoras”, finaliza o chefe de renda variável.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Artigo anterior Franklin Templeton explica por que a Amazon é a ação favorita de sua carteira
Próxima artigo Fundo de crédito da Ibiuna se diferencia por investimentos em ativos offshore e operações estruturadas