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Por que perseguir objetivo inalcançável, questiona Xavier sobre meta de inflação

Por que perseguir objetivo inalcançável, questiona Xavier sobre meta de inflação

Principal debate das últimas semanas, uma mudança na meta de inflação do Brasil é aprovada por gestores do mercado. Para Rogério Xavier, fundador da SPX Capital, não faz sentido perseguir um objetivo que não será alcançado, se referindo à meta de inflação de 3% estipulada pelo Banco Central para o final de 2023. Amanhã, o Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne para definir se esse número será mantido ou elevado.

Para Xavier, a meta de 3% neste ano foi aprovada em 2020, em um cenário completamente diferente do atual, sem os choques inflacionários causados pela pandemia de covid-19 e pela guerra entre Rússia e Ucrânia. Para a SPX, o Brasil encerrará 2023 com uma inflação próxima a 6%.

“Definimos uma meta de inflação há dois ou três anos que não irá se materializar. Por que estamos perseguindo um objetivo que está inalcançável? Nos EUA e na Europa, a inflação será 3%, e no Brasil também será 3%?”, questionou o gestor durante o evento CEO Conference 2023, promovido pelo BTG Pactual, relembrando que, desde 1999, quando o sistema de metas de inflação foi instaurado no Brasil, o País só alcançou a inflação de 3% apenas uma vez: em 2016.

Rogério Xavier ainda diz que, assim como os gestores, o Banco Central precisa “stopar”, gíria do mercado para abandonar um plano, quando é observado algum erro. Ele também diz que não concorda com a justificativa de que uma mudança de meta de inflação pode desancorar as expectativas, porque tais expectativas já estão desancoradas.

“Se a alteração da meta será capaz de fazer com que a taxa de juros caia é uma outra discussão. Não há perda de credibilidade porque o Banco Central é o mesmo”, disse Xavier, finalizando que é preciso separar tal discussão do debate fiscal.

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